Reuters / Washington Alves |
Coordenadora-geral de
Emergências Ambientais do Ibama, Fernanda Pirillo, informou que o instituto
aplicou multa diária de R$ 100 mil à mineradora relativa ao descumprimento de
normas para o salvamento da fauna
A mineradora Vale forneceu
medicamentos vencidos para os animais resgatados dos rejeitos da barragem da
Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG). A informação foi dada pela
coordenadora-geral de Emergências Ambientais do Ibama, Fernanda Pirillo, em
audiência pública da comissão externa da Câmara que acompanha o desastre de
Brumadinho. As informações são da Agência Brasil.
"Por incrível que pareça,
nos primeiros dias, a Vale tinha providenciado medicamentos vencidos",
afirmou a diretora, diante do presidente da Vale, Fabio Schvartsman. A diretora
disse que o Ibama aplicou na Vale uma multa diária de R$ 100 mil relativa ao
descumprimento de normas para o salvamento da fauna.
Segundo ela, os técnicos do Ibama,
que chegaram a Brumadinho no dia do rompimento da barragem, 25 de janeiro, em
conjunto com o Ministério Público e os órgãos ambientais de Minas Gerais, estão
acompanhando o resgate dos animais. São realizadas vistorias nas instalações
para resgate e tratamento, na validade dos medicamentos e nos bebedouros
artificiais para os animais silvestres.
ASSISTÊNCIA
Fernanda Pirillo disse aos
deputados que o Ibama não concedeu licença ambiental para a barragem da Vale
nem cabe ao órgão fiscalizar a segurança da estrutura. É papel do órgão,
conforme a diretora, dar assistência à população em "situações relevantes",
como o rompimento das barragens em Mariana e Brumadinho. Desde o dia 25 de
janeiro, afirmou, equipes do Ibama atuam na região atingida pelo rompimento da
barragem da Vale.
A diretora informou que o
Ibama lavrou cinco autos de infração, cada um de R$ 50 milhões, totalizando R$
250 milhões. A empresa foi multada por: causar poluição com impacto à saúde
humana, provocar o perecimento de espécime da biodiversidade, lançar rejeitos
em curso hídrico, causar poluição que tornou necessária a interrupção do abastecimento
de água e tornar área imprópria para ocupação humana.
A equipe do Ibama em
Brumadinho acompanha diariamente, conforme a diretora de Emergências
Ambientais, o caminho da lama de rejeitos, com dois voos diários sobre a área.
Também monitora as ações de assistência à comunidade indígena Pataxó hã hã hãe
que vive próxima à área atingida pelos rejeitos e sofreu impacto com a morte de
peixes.
Até o fim deste mês, o Ibama
deverá apresentar o relatório com os impactos identificados pelo órgão em relação
à flora e fauna, aos serviços ambientais, ao solo, às cavernas, à qualidade da
água, à população, à produção local e ao turismo.
OUTRO LADO
Em nota, a Vale afirmou que
nenhum animal foi tratado com medicação vencida. Segundo a mineradora, na
semana seguinte ao rompimento da barragem, foram recebidas doações de
medicamentos veterinários vindos de vários locais do país.
Por: Notícia ao Minuto