Imagem/AgNews / Francisco Cepeda |
"Em um governo tão
conservador venho eu assumir como vereador. Acho que Deus quer dizer algo com
isso", disse Thammy em janeiro, quando a cassação de Camilo já se
desenhava.
A Câmara de São Paulo
oficializou nesta quarta-feira (20) a cassação do mandato do vereador Camilo
Cristófaro (PSB). Em junho de 2018 ele teve o mandato cassado após ser
denunciado por fraude eleitoral na captação de recursos de campanha, mas vinha
recorrendo.
Na terça-feira (19), a Câmara
recebeu ofício do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) informando que o recurso de
Cristófaro havia sido negado e que o efeito suspensivo da decisão estava
terminado. Sendo assim, a cassação deveria ser cumprida.
A Mesa Diretora da Câmara leu
a decisão da Justiça nesta quarta-feira (20), confirmando a extinção do mandato
do vereador. A reportagem procurou Cristófaro para comentar o ocorrido, mas não
teve retorno.
O vereador Thammy Miranda, 36,
que se candidatou pelo PP e é filho da cantora Gretchen, deve ocupar o posto
que ficará vago com a saída de Cristófaro.
À época de sua filiação ao PP,
em 2015, Thammy, que é transexual, recebeu críticas de representantes de
diferentes grupos que defendem causas LGBT por ter escolhido participar das
eleições pelo partido que à época abrigava Jair Bolsonaro, que acabou
lançando-se à presidência pelo PSL.
+ AGU segue Moro e pede prisão
para condenados em segunda instância
"Em um governo tão
conservador venho eu assumir como vereador. Acho que Deus quer dizer algo com
isso", disse Thammy à reportagem em janeiro, quando a cassação de Camilo
já se desenhava.
De acordo com o Ministério
Público Eleitoral, recursos utilizados na campanha de Cristófaro tiveram origem
ilícita. Investigação feita pela Justiça eleitoral constatou que R$ 6 mil que
foram repassados por uma idosa de mais de 80 anos, moradora de Jundiaí, que não
teria recursos para fazer tal doação.
Ana Maria Camparini estaria
desempregada, doente e na fila casa própria, e teria doado dinheiro para outros
candidatos além de Camilo, como o prefeito de São Caetano do Sul, José Auricchio
Júnior (PSDB), que teria recebido dela R$ 293 mil para sua campanha, segundo a
procuradoria.
Recentemente, Cristófaro
protagonizou rusgas públicas com o governador eleito João Doria (PSDB). Durante
o período eleitoral, o vereador, do mesmo partido do governador e então
concorrente de Doria Márcio França (PSB), criticou duramente o tucano devido a vídeos
que circulavam em redes sociais em que ele supostamente aparece em uma orgia.
Doria sempre negou a autenticidade dos vídeos.
Em debates na TV com França,
Doria referiu-se a Cristófaro ao dizer que um vereador do partido de França
tentava tirar proveito eleitoral de vídeos supostamente falsos.
Em sua passagem pela Câmara, o
vereador acumulou polêmicas. Em março de 2017, a então vereadora suplente Isa
Penna (PSOL), eleita deputada estadual recentemente, relatou ter sido empurrada
e xingada por Cristófaro.
Segundo Isa, ele a xingou de
"vagabunda", "terrorista", "cocô de galinha" e
insinuou ameaças dizendo que ela não deveria ficar surpresa se "tomar uns
tapas na rua".
Em seguida, já fora do
elevador, Cristófaro se aproximou da colega de plenário e lhe deu "um
empurrão de leve", de acordo com ela. Ela diz que há imagens de uma câmera
que mostram o momento. O vereador nega e diz que não ofendeu ninguém.
Por: Notícias ao Minuto