O primeiro Dia Nacional da
Mulher foi celebrado em maio de 1908 nos Estados Unidos
As histórias que remetem à
criação do Dia Internacional da Mulher alimentam o imaginário de que a data
teria surgido a partir de um incêndio em uma fábrica têxtil de Nova York em
1911, quando cerca de 130 operárias morreram carbonizadas. Sem dúvida, o incidente
ocorrido em 25 de março daquele ano marcou a trajetória das lutas feministas ao
longo do século 20, mas os eventos que levaram à criação da data são bem
anteriores a este acontecimento.
O primeiro Dia Nacional da
Mulher foi celebrado em maio de 1908 nos Estados Unidos, quando cerca de 1500
mulheres aderiram a uma manifestação em prol da igualdade econômica e política
no país.
No ano seguinte, o Partido
Socialista dos EUA oficializou a data como sendo 28 de fevereiro, com um
protesto que reuniu mais de 3 mil pessoas no centro de Nova York e culminou, em
novembro de 1909, em uma longa greve têxtil que fechou quase 500 fábricas
americanas.
No Brasil, as movimentações em
prol dos direitos da mulher surgiram em meio aos grupos anarquistas do início
do século 20, que buscavam, assim como nos demais países, melhores condições de
trabalho e qualidade de vida.
A luta feminina ganhou força
com o movimento das sufragistas, nas décadas de 1920 e 30, que conseguiram o
direito ao voto em 1932, na Constituição promulgada por Getúlio Vargas. A
partir dos anos 1970 emergiram no país organizações que passaram a incluir na
pauta das discussões a igualdade entre os gêneros, a sexualidade e a saúde da
mulher.
Em 1982, o feminismo passou a manter um diálogo importante com o
Estado, com a criação do Conselho Estadual da Condição Feminina em São Paulo, e
em 1985, com o aparecimento da primeira Delegacia Especializada da Mulher.
"O 8 de março deve ser
visto como momento de mobilização para a conquista de direitos e para discutir
as discriminações e violências morais, físicas e sexuais ainda sofridas pelas
mulheres, impedindo que retrocessos ameacem o que já foi alcançado em diversos
países", explica a professora Maria Célia Orlato Selem, mestre em Estudos
Feministas pela Universidade de Brasília e doutoranda em História Cultural pela
Universidade de Campinas (Unicamp).
Fonte: Nova Escola/ Vídeo:youtube