Boeing com ave presa no
aeroporto Santos Dumont (RJ)
Reprodução/WhatsApp
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Órgão da FAB registrou 2.222
incidentes deste tipo, com 75 aeronaves danificadas, em 12 meses. Caso
registrado em Recife ontem é o mais recente
O Brasil registrou 2.222
ocorrências de "bird strike" — como é chamado, na aviação, as
colisões de aviões com aves — nos últimos 12 meses. É como se, a cada 4 horas,
um avião batesse contra pássaros em algum momento do voo.
Os dados são de um relatório
do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), órgão
da FAB (Força Aérea Brasileira), com base no registro de ocorrências com aves
feitas por pilotos e outros profissionais do setor da aviação no Brasil entre
abril de 2018 e abril de 2019.
Nesta segunda-feira (1º), por
exemplo, um avião Boeing 737 da Gol precisou cancelar a decolagem em Recife
(PE) depois de algumas aves serem sugadas pelos motores, causando danos ao
equipamento. No sábado (30) uma outra aeronave, um A-320 da Azul, sugou um
pássaro quando decolava de um aeroporto em Belém (PA).
"Colisão com aves
realmente tem ocorrências diárias, ainda mais num país como o nosso, que tem
grande quantidade de aves. Isso não é uma coisa incomum", diz o professor
de engenharia aeronáutica da USP de São Carlos, Fernando Catalano.
"Colisão com aves
realmente tem ocorrências diárias, ainda mais num pais como o nosso"
Fernando Catalano, professor
de engenharia aeronáutica da USP São Carlos
Do total de ocorrências
registradas, 75 resultaram em danos aos aviões e 137 em alguma tomada de
decisão do piloto em relação ao voo. Entre os exemplos estão abortar a
decolagem, pousar a aeronave por precaução ou corrigir uma instabilidade no
avião causada pelo impacto com aves.
De acordo com o Cenipa, 34%
dos incidentes com aves ocorreram no momento do pouso do avião e outros 26% no
momento da decolagem, como ocorreu com a aernoave da Azul no último sábado em
Belém (PA). O restante dos casos aconteceu entre as fases de voo ou
estacionamento da aeronave.
"A maior frequência de
ocorrências na decolagem ou aterrisagem são normalmente com pássaros
relativamente pequenos e que não causam grandes danos. Mas há também
ocorrências em altitudes maiores, com urubus e outras aves, aí sim uma colisão
desta é bastante preocupante", explica Catalano.
Uma ave pode derrubar um
avião?
A resposta para esta pergunta,
segundo especialistas ouvidos pelo R7, é que depende. O risco que uma ave pode
causar em um avião varia de acordo com o tamanho e até mesmo a quantidade de
aves com que a aeronave colidiu.
Pilotos fizeram um pouso de
emergência no rio Hudson em Nova York em 2009
andycarvin/Flickr
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Por:R7