Foto/Paulo Sena/IEMA |
Bolinha recebe tratamento no Iema desde dezembro do ano
passado, quando chegou com sinais de maus tratos.
Veterinário diz que ainda é
incerto dizer que ele pode voltar a andar.
Era para ser apenas por uns dias, mas Bolinha precisava de
mais atenção. Doente e paraplégico, o tatu de cinco meses chegou ao Instituto
Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) apenas para se recuperar,
mas acabou conquistando os veterinários e ganhou até uma "cadeira de
rodas" para conquistar mais independência.
Bolinha quase morreu de desnutrição e estava com sérios
problemas crônicos. Para entender como o animal chegou a esse ponto é
necessário voltar a dezembro de 2018.
Uma pessoa entrou em contato com os profissionais do Centro
de Reabilitação e Triagem de Animais Silvestres (Cetras), setor que fica no
Iema, dizendo que tinha encontrado um filhote de tatu em uma rodovia.
Segundo o veterinário Luis Felipe Mayorga, o relato causou
estranheza, pois o animal era manso, estava fraco, mas não estava ferido. Para
a equipe que o atendeu, não se tratava de um animal que estava vivendo livre na
natureza e não tinha sido atropelado.
O animal na verdade estava anêmico, desnutrido, com várias
doenças e com sinais de maus-tratos. O veterinário que o atendeu constatou que
a paraplegia foi consequência de desnutrição e doenças.
"Nossa equipe ficou muito comovida. O animal estava
fraquinho, indefeso, magro e se não recebesse os cuidados necessários ele iria
morrer logo. Começamos a dar a alimentação adequada e os medicamentos, e a cada
semana que passava era uma vitória. Toda semana nós vibrávamos ao ver que ele
tinha ganhado mais peso, que estava mais forte", relembrou Luis Felipe.
Recomeço
Na nova "casa", Bolinha tem a companhia de outros
animais, todos vítimas de maus-tratos, abandonados ou que necessitam de algum
atendimento médico específico. Como não se locomove muito bem, Bolinha não
consegue mais cavar e entrar em buracos na terra, comportamento comum na
espécie.
Mesmo assim, segundo Luis Felipe, o animal conseguiu mais
independência com o auxílio de uma "cadeira de rodas", ou um
"carrinho", como os profissionais do Iema gostam de se referir. A
ferramenta é usada para sustentar as patas traseiras de Bolinha.
Bolinha ainda está sob cuidados veterinários, toma remédios
e faz tratamento intensivo. Luis Felipe revela que ainda é incerto dizer que o
tatu pode voltar a andar normalmente um dia.
"Independente de ele voltar a andar ou não, ele vai
precisar ficar em cativeiro pelo resto da vida. Isso porque ele não teve tempo
para aprender como é ser um tatu. Por não saber comer, se esconder direito e
lidar na natureza, se ele for solto vai vir a óbito. Estamos acompanhando o
caso para ver se ele melhora, mas isso é incerto", explicou.
Possível destino
No Iema os animais recebidos passam por tratamento por um
tempo e, após recuperados, eles são encaminhados para o Ibama-ES. O médico
veterinário acredita que esse deve ser o futuro de Bolinha.
Animal vem sendo tratado no Iema por médicos veterinários — Foto: Paulo Sena/IEMA |
Médicos veterinários vêm cuidando do tatu no Iema — Foto: Paulo Sena/IEMA |
Por:G1