O ex-presidente deixa sua casa
para se entregar à PF
Aloisio Mauricio/fotoarena/estadão
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Temer está preso desde
quinta-feira (9) na sede da PF, mas defesa pediu mudança sob alegação de
direito constitucional do ex-presidente
A juíza Caroline Figueiredo,
da 7.ª Vara Criminal Federal do Rio, autorizou nesta segunda (13) a
transferência do ex-presidente Michel Temer para uma sala de Estado Maior do
Comando de Policiamento de Choque da Polícia Militar de São Paulo.
Temer está preso desde
quinta-feira (9), na sede da Superintendência da Polícia Federal, no bairro da
Lapa, região oeste de São Paulo, mas sua defesa vinha insistindo na
transferência sob alegação que é um direito constitucional do ex-presidente.
A juíza determinou que a
condução de Temer deve ser feita pela Polícia Federal e chama atenção para o
uso de algemas. O ex-presidente pode ser transferido a qualquer momento.
Ele foi preso por ordem do
Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2). Na quarta-feira (8), por dois
votos a um, a Corte cassou liminar do desembargador Ivan Athié e acolheu
recurso do Ministério Público Federal, restabelecendo decreto de prisão
preventiva do emedebista e também de seu antigo aliado, o coronel reformado da
PM paulista João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, que está no Presídio
Militar Romão Gomes, zona norte da capital.
Temer é acusado de liderar
organização criminosa que teria agido durante 30 anos e desviado R$ 1,8 billhão
em contratos do setor público – crimes que ele nega enfaticamente.
Na sede da PF em São Paulo,
onde se apresentou na tarde de quinta (9), Temer ocupou inicialmente uma sala
de reuniões sem banheiro no 9.º andar, próximo ao gabinete do superintendente
regional da corporação.
Na sexta (10), o ex-presidente
passou para uma sala no 10.º andar. Sua rotina na prisão compreende leitura dos
jornais do dia e livros que levou na bagagem quando se entregou.
A expectativa de Temer se
concentra agora na sessão desta terça (14), da Sexta Turma do Superior Tribunal
de Justiça, que vai julgar seu pedido de habeas corpus. O criminalista Eduardo
Carnelós, defensor do emedebista, sustenta que a prisão "é injusta e
cruel".
Por/R7