(Foto: Evandro Veiga/Correio) |
De acordo com o major Ramon
Diego, do Corpo de Bombeiros Militar (CBM), a estrutura teve que ser bloqueada
devido ao risco de afogamentos.
“É nesse tipo de evento que
se tem novas tragédias porque a população passa no local sem saber do risco e
pode cair e morrer afogado ao ser levado pela correnteza”, explica ele.
Elenice Amorim, 55, suspendeu pertences, mas alguns a água derrubou (Foto: Evandro Veiga/Correio) |
Para tentar salvar seus
bens, a auxiliar de serviços gerais Elenice Amorim, 55 anos, suspendeu os seus
pertences em móveis mais altos, mas a força da água fez com que tudo caísse e
fosse atingido pela lama.
A casa dela é uma das
residências em que os carros-pipa contratados pela prefeitura de Coronel João
Sá trabalham para reduzir o volume de água dentro do imóvel. Lá, o serviço já
durava três horas no início da tarde desta sexta.
A água também atingiu o
cemitério municipal, que ficou completamente destruído. No local, muitas covas
ficaram reviradas, por conta da força da água, e algumas cruzes foram
arrancadas.
Apesar do incidente no
cemitério, os 76 bombeiros que trabalham na cidade estão priorizando a atuação
em locais de risco, a fim de deixar o ambiente mais seguro. A princípio, o foco
estava no resgate a vítimas que foram encontradas ilhadas dentro de suas
residências.
Situação da barragem
Apesar do governo do estado
ter confirmado o rompimento da barragem, o major explicou que ainda são feitas
buscas para compreender o que houve de fato na estrutura de contenção.
“A equipe técnica foi no
local para fazer um sobrevoo e foi ver in loco as informações para retornar
para o posto de comando. Estamos fazendo uma cobertura aérea, terrestre e
aquática para ter todas as informações”, adiantou.
Calçamento ficou destruído em diversas ruas (Foto: Evandro Veiga/Correio) |
Sobre o risco de novos
vazamentos em outras barragens, devido às chuvas na região, o major informou
que está sendo feita uma apuração, mas ainda não há detalhes sobre os riscos.
“As equipes vão passar [as informações] para o posto de comando”, comentou.
Orientações
A população ainda é
instruída pelo Corpo de Bombeiros a manter a calma e se abrigar em locais
altos. “Se você ficar ilhado, nunca tente atravessar a água. Procure um ponto
alto do local e aguarde socorro. Muitas vezes, ao tentar atravessar que você
pode ser levado. Muitas vítimas se tornam vítimas graves ou até vêm a óbito ao
serem projetadas pela correnteza, que arrasta até veículos”, indicou.
Para o major Ramon Diego,
eventos como os que ocorreram em Brumadinho e nessa quinta (11) em Coronel José
Sá e Pedro Alexandre têm suas características próprias, mas possuem em comum o
fator da surpresa.
“A força da água e a vazão
que ela vem assusta. O volume, a altura, a força que ela atinge, tudo inunda
rápido e, ao se sentir represado pela água, vem o pânico”, explicou.
Por:Clarissa Pacheco