O informe Epidemiológico da
Secretaria de Saúde de Alagoas, divulgado nesta quinta-feira (30), aponta que
47 pessoas morreram após serem infectadas pelo coronavírus (covid-19) no
Estado. Já o número de o número de pessoas com coronavírus subiu para 1.045.
Dentre os casos confirmados da doença e que estão hospitalizados, 42
encontram-se em UTI e 59 em enfermaria.
Já o Boletim de Ocupação,
atualizado às 13h27 desta quinta-feira aponta que dos 380 leitos exclusivos
para tratamento de Covid-19 em Alagoas 167 ou 44% estão ocupados. Dos 209
leitos clínicos, 108 ou 49% estão ocupados, maior taxa de ocupação até o
momento. Dos 31 leitos de UTI intermediária, 12 ou 39% estão ocupados enquanto
dos 130 leitos de UTI, 47 ou 36% estão ocupados.
Se o número de casos
confirmados de Covid-19 continuar crescendo no ritmo atual a estimativa de
médicos infectologistas e das autoridades de saúde de Alagoas é que o sistema
público entre em colapso em até 15 dias.
Em Maceió, onde existem hoje
251 leitos públicos para tratamento da Covid-19, a situação é bem mais grave
que no restante do estado. Atualmente a ocupação geral é de 151 leitos ou 60%
do total. Dos 90 leitos de UTI, 40 ou 44% já estão ocupados. De UTI intermediária
são 17 leitos, sendo que 12 ou 71% já estão ocupados. Dos 144 leitos clínicos
99 ou 69% também já estão ocupados.
Sobrecarga
Em entrevista, o secretário
de Saúde de Alagoas alertou que a rede poderá sofrer um colapso, que ele
prefere classificar de sobrecarga, já na primeira quinzena de maio.
“Diante do claro
descumprimento das medidas restritivas que determinaram o isolamento social,
principalmente no interior e em alguns bairros aqui de Maceió, a área técnica
da Sesau tem dialogado e feito algumas projeções que miram para a quinzena do
dia 15 de maio como um período muito preocupante, onde teremos uma grande
sobrecarga dos leitos de UTI e clínicos existentes em Alagoas. Correndo o risco
de o nosso estado entrar em colapso, assim como tem ocorrido em outros estados
brasileiros”, declara Alexandre Ayres.
A médica infectologista e
diretora do Hospital Escola Helvio Auto, Luciana Pacheco, destaca o
comportamento preocupante e irresponsável que tomou conta da população nas
últimas semanas e também alerta para a possível sobrecarga do sistema de saúde
nos próximos 15 dias, caso não haja mudança na conduta dos cidadãos.
“A situação é preocupante e
a ocupação dos leitos só aumenta, conforme temos acompanhado. Hoje mesmo vi uma
fila quilométrica na porta de um banco. As pessoas sequer estão respeitando as
marcações [de lugar] e o distanciamento entre um indivíduo e outro. O Estado
está fazendo a parte dele, é preciso também que as pessoas façam a sua parte e
fiquem em casa, porque se a população continuar descumprindo o isolamento
social, é possível que haja um estrangulamento do sistema de saúde nos próximos
15 dias”, afirmou.
De acordo com dados da
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Alagoas está entre os estados com maior
velocidade no aumento de casos de Covid-19, e, ao lado do Amazonas, Rondônia,
Pará, Paraíba e Pernambuco, tem essa evolução equivalente à registrada na
Itália semanas atrás. O estado tem o pior índice de isolamento do Nordeste, com
apenas 44,3% da população cumprindo a medida.
Distribuição
Alagoas tem hoje 130 leitos
de UTI destinados a pacientes com Covid-19. Desses, 90 estão em Maceió, 17 em
Arapiraca, 16 em Coruripe e 7 em São Miguel dos Campos, com mais 20 leitos
previstos para ser entregues até o final desta semana, distribuídos entre
Maceió e Arapiraca. A meta é chegar a 250 leitos de UTI até 15 de maio em todo
o estado. De acordo com a infectologista Luciana Pacheco, um paciente grave
permanece internado no leito de UTI por um período muito longo, fator que
limita consideravelmente a internação de outros pacientes com a mesma doença.
“Um paciente grave fica de
15 a 20 dias internado na UTI, o que nos dá uma rotatividade de apenas dois
pacientes por leito em um mês, por exemplo. É importante que as pessoas cumpram
rigorosamente o isolamento social ou essa situação vai ser agravar bastante nos
próximos dias”, declarou.
Fonte: Jornal de Alagoas