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A Sociedade
Alagoana de Infectologia recomendou a aplicação de 'lockdown' nos 13 municípios
que formam a Região Metropolitana de Maceió. A sugestão foi dada em resposta a
questionamento feito pela Defensoria Pública de Alagoas acerca da indicação de
isolamento social mais drástico para conter o avanço exponencial do coronavírus
no Estado.
O documento
com as justificativas da entidade e a apresentação de estudos que mostram a
eficácia desta medida foi publicado no blog do jornalista Ricardo Mota. A
entidade, no entanto, diz que a medida deve ser tomada com responsabilidade e
para dar fôlego ao sistema de saúde.
No
documento, o presidente da Sociedade de Infectologia de Alagoas, médico
Fernando Luiz de Andrade Maia, acredita em um possível benefício da aplicação
do 'lockdown' na Grande Maceió, que concentra, atualmente, o maior número de
casos e óbitos por Covid-19 de todo o Estado.
Apesar
de defender o modelo, o colegiado faz algumas ressalvas. Argumenta que uma
decisão desta magnitude, de se restringir ainda mais o isolamento social,
precisa de uma interpretação cuidadosa de dados públicos e fiéis à realidade.
Além disso, carece de formulação de estratégias de resposta para a epidemia no
âmbito da assistência social, segurança pública, tecnologia da informação e,
sobretudo de saúde.
A
entidade sugere que, se for aplicada, a medida deve ficar em vigor pelo menor
tempo possível e que, neste intervalo, todas as medidas para ajustes de
protocolos e fluxos de assistência sejam adotadas.
"Que
sejam ajustados disponibilidade de transporte (ambulâncias), ambulatórios
especializados para atendimento inicial, unidades para pronto atendimento (UPAs
e pelo menos dois prontoatendimentos em hospitais com leitos para covid-19),
ampliação de leitos de enfermaria e UTI, emissão diária de relatórios
fidedignos de ocupação de leitos, tanto contratualizados pelo SUS quanto
privados, que se aperfeiçoe a regulação dos leitos, que se faça diuturna e
ininterruptamente o monitoramento in loco da ocupação dos leitos pelas
secretarias municipais de saúde", destaca a Sociedade de Infectologia.
Pede,
ainda, que o Governo intensifique as medidas de biossegurança para
profissionais de saúde e que se aplique medidas de triagem sorológica destes
profissionais, com a melhor técnica disponível, para detectar aqueles que já
foram infectados previamente, e assim se reduza a ociosidade de leitos e
déficits de atendimento por falta de recursos humanos, além de escalas de
substitutos nos setores essenciais para caso de adoecimento
(pronto-atendimentos, UPAs, enfermarias e UTIs, ambulatórios especializados/sentinela
de síndrome gripal.
E
cobra a "comunicação de risco público clara, ampla e eficaz, para permitir
que a população-alvo tome decisões baseada em informações pertinentes à sua
comunidade e do ponto de vista pessoal. A comunicação eficaz de riscos inclui o
compartilhamento oportuno e transparente de todas as informações relevantes, em
linguagem clara e acessível a todos, por meio de campanhas publicitárias
específicas, além de comunicação rotineira institucional realizada por
técnicos, especialistas e gestores, primando pela da construção de confiança e
empatia com a população".
As
diretrizes de distanciamento social contidas no decreto governamental em vigor
têm validade até o dia 20 de maio. O Governo do Estado já adiantou que estuda a
possibilidade de endurecer as regras ainda mais, sem descartar o 'lockdown'
como uma das estratégias, assim como já foi feito em outras capitais do País.
Por:Gazetaweb