Foto/Greyce Bernadino |
Membros de vários segmentos garantiram que trabalho
será feito de forma responsável e seguindo todas as regras de prevenção à
Covid-19
Representantes do setor
produtivo se reuniram, na manhã desta segunda-feira (29), na Associação
Comercial de Maceió, no bairro do Jaraguá, em Maceió, para definir as medidas
que o segmento pretende adotar na reabertura gradual da economia. Os
empresários dizem que, caso as lojas sejam autorizadas a funcionar já nesta
semana, - visto que há esta expectativa -, estão prontos e o trabalho será
feito de forma responsável e seguindo todas as regras de prevenção à Covid-19.
Dentre as adequações, está o uso obrigatório de máscaras,
disponibilização de álcool em gel, assim como controle de entrada e
distanciamento entre os clientes. Com isso, o setor torce para receber a
autorização de reabertura a partir do dia 1º de julho.
O comércio de
rua e os shoppings centers, por exemplo, são os mais interessados nesta
flexibilização do isolamento social prevista pelo Governo de Alagoas. Os
estabelecimentos estão fechados desde o início das medidas de distanciamento,
impostas pelo Estado, como prevenção ao avanço do novo coronavírus. São quase
100 dias de portas fechadas com efeitos devastadores.
O setor estima mais de 2,5 mil demissões e cerca de
300 lojas que faliram por não suportar tanto tempo sem funcionar. E o número
pode aumentar, segundo o presidente da Aliança Comercial de Maceió, Guido
Júnior. "Não entendemos por que só o comércio sofre nesta quarentena,
quando supermercados, bancos, lotéricas e outros estabelecimentos estão abertos
e cheios de gente".
Guido revela que o setor deve demorar muito para se recuperar das perdas
nefastas causadas pela pandemia, no prazo mínimo de oito meses. "Vínhamos
numa retomada do comércio. O varejo vinha crescendo mês a mês, e, aí, surge o
coronavírus no meio do caminho. Estimamos que, em menos de 8 meses, o comércio
não se recupere dos prejuízos deste período. A situação está insustentável e,
até, suicídio já aconteceu entre o empresariado".
Logo ao abrir a reunião, o presidente da Associação Comercial de Maceió,
Kennedy Calheiros, não escondeu a frustração das medidas do Governo para com o
comércio/economia de Alagoas. Para ele, não tem cabimento outros setores
estarem funcionando normalmente, enquanto o comércio se mantém com as portas
fechadas.
Apesar do apelo pelo retorno, ele disse considerar
a hipótese de que há um alto risco de contágio de coronavírus se a flexibilização
for iniciada, mas pede, por outro lado e com urgência, que medidas prudenciais
para reabertura sejam adotadas pelo Governo.
"Estamos trabalhando, junto aos nossos associados, para que, com a
devida segurança que o período requer, a gente volte as atividades",
destacou Kennedy Calheiros.
Representantes dos shoppings também demonstraram preocupação, tendo em
vista que os centros de compras só seriam autorizados a funcionar quando o
Estado avançasse à fase amarela do protocolo sanitário de distanciamento
social. Antes desta etapa, ainda há a laranja, permitindo a abertura somente de
lojas de rua com até 400 metros quadrados, além de salões de beleza, barbearias
e templos religiosos com capacidade de até 30% de lotação.
Os empresários deste ramo garantem que o ambiente nos shoppings é
considerado mais seguro, em comparação com o comércio de rua, e dizem lamentar
que a situação esteja acontecendo somente para atender a política. Eles
sugeriram que, apenas, as lojas comerciais funcionassem, mas não foram
atendidos.
Além da Associação Comercial e da Aliança Comercial, representantes da
OAB/AL [Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas], do sindicato dos
lojistas, da associação dos shoppings e vários empresários participaram da
reunião nesta segunda-feira.
Por:Gazetaweb