Dionélia Giacometti Mai e seu esposo Eldon Mai foram mortos em Rondônia — Foto: Facebook/Reprodução |
A
Polícia Civil de Rondônia informou nesta quarta-feira (8) que Dionélia Gioacometti teve quatro
dedos arrancados depois de ser assassinada, pelo próprio inquilino, em Colorado
do Oeste (RO). Segundo o delegado Núbio Lopes, o suspeito carregou os dedos no
bolso e foi até um banco para tentar sacar o dinheiro da conta de Dionélia.
Além
de Dionélia, seu marido, Eldon Mai, também foi assassinado pelos inquilinos no
último fim de semana. Os corpos do casal de idosos foram localizados na
terça-feira (7), enterrados perto de uma rodovia na cidade de Chupinguaia (RO).
Em
uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira, Núbio Lopes disse que o suspeito
confessou ter arrancado quatros dedos da vítima.
"O inquilino fez torniquete no dedo indicador
esquerdo e direito [da vítima], e também torniquetes nos dois polegares. Então
ele usou uma faca e cortou os dedos de ambas as mãos. O suspeito fez isso para
que pudesse realizar a leitura biométrica e assim fazer saque na conta da
vítima, no Banco do Brasil", revela.
Segundo
a Polícia Civil, o suspeito então colocou os dedos de Dionélia no bolso e se
dirigiu à agência bancária de Vilhena (RO). Enquanto o marido tentava retirar o
dinheiro da conta da vítima, a esposa do suspeito teria ficado dentro do carro.
A
investigação aponta que o suspeito tentou sacar o dinheiro por diversas vezes,
chegando digitar a senha da vítima, mas não conseguiu. Após isso ele retornou
ao imóvel locado e, por volta de 15h do mesmo domingo (5), também matou Eldon
Mai, marido de Dionélia.
Dionélia
era servidora lotada no Hospital de Clínicas Raimundo Chaar em Brasileia, no
Acre. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), ela era
dentista e tinha sido afastada do trabalho por causa da pandemia de Covid-19,
por ser do grupo de risco.
"Ela era
funcionária efetiva do quadro da Sesacre desde 2018", diz a Sesacre.
Dionélia também era
pioneira da Renovação Carismática Católica da Diocese de Ji-Paraná. A entidade
divulgou nota de pesar nesta quarta-feira.
"Ela é parte de nossa história e colaboradora fiel nessa Messe.
Louvamos a Deus pela Graça que tivemos com o dom de sua vida até então",
afirma a Renovação.
Como o suspeito atraiu Dionélia e o Eldon ao
local do crime?
Segundo
a Polícia Civil, o inquilino alegou um vazamento na pia para atrair as vítimas
até o imóvel locado. Dionélia foi assassinada na manhã de domingo, logo após
entrar na casa para checar o suposto vazamento de água.
Após Dionélia cair no chão, o suspeito rasgou uma camiseta e amordaçou a vítima. A idosa começou se debater e tentou gritar, segundo a polícia.
"Ele então pegou
uma pequena corda, deu a volta no pescoço de Dionélia e a estrangulou. Depois
ele foi até a casa da vítima, vasculhou bolsas e cômodos atrás de cartões de
crédito, débito e dinheiro", conta Núbio.
Já Eldon foi assassinado
de tarde. O suspeito também convidou o idoso para ir até o imóvel verificar o
vazamento na pia. "Quando o idoso entrou no imóvel locado, também foi
golpeado na nuca pelo cabo de enxada", revela o delegado.
Depois do duplo
assassinato, os corpos do casal foram levados até Chupinguaia e enterrados em
covas separadas, perto de uma rodovia.
Local onde corpos das vítimas foram enterrados, no Cone Sul — Foto: PRF/Divulgação
Na terça-feira (7), a
Polícia Rodoviária Federal (PRF) abordou um veículo com três pessoas, sendo um
homem, uma mulher e uma criança de 10 anos. O automóvel estava em nome de
Dionélia e, ao ser questionado pelos agentes, o motorista confessou ter matado o
casal de idosos para roubá-los.
Os inquilinos ainda
levaram os agentes até o local onde enterraram Dionélia e Eldon, em
Chupinguaia. O primeiro corpo a ser encontrado foi o de Dionélia.
Os dois inquilinos do
casal seguem presos. O homem confessou o crime e a mulher ainda não foi
interrogada, mas segue como suspeita no caso. Já a criança de 10 anos foi
entregue ao Conselho Tutelar.
Por:Maelly Nunes/Rede Amazônia