Testagem de Covid-19 no Distrito Federal. — Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília |
- Método utiliza inteligência artificial e dá o resultado em 20 minutos, garantem os cientistas brasileiros.
Um artigo publicado por
pesquisadores brasileiros na plataforma científica MedRxiv informa o
desenvolvimento de um teste para Covid-19 rápido e de
baixo custo para o Brasil, uma vez que não tem que importar os reagentes usados
em testes RT-PCR, além de prever risco de complicações da infecção.
Segundo um grupo de cientistas da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Universidade
de São Paulo (USP) e de colaboradores de centros do Amazonas, o teste
brasileiro para Covid-19 utiliza inteligência artificial para analisar amostra
de plasma sanguíneo e procurar por um padrão de moléculas característico em
pacientes com a doença.
Além de substituir os
reagentes por algoritmos de inteligência artificial, o teste brasileiro, de
acordo com o artigo, consegue prever os infectados que terão maior risco de
complicações em decorrência do coronavírus, como a
insuficiência respiratória, que pode levar à intubação do paciente, e
distúrbios de coagulação sanguínea, que podem levar à trombose, também
associada aos casos graves da Covid-19.
Publicado em 27 de julho, o artigo ainda
não foi revisado por pares e o método de testagem aguarda aprovação da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os coordenadores da pesquisa, em
entrevista à Agência Fapesp, afirmaram que o teste tem têm uma taxa de acerto
em torno de 90%.
"O projeto
contou com a participação de 728 pacientes, sendo 369 com diagnóstico da
Covid-19 confirmado clinicamente e por RT-PCR. As amostras de indivíduos não
infectados foram usadas para comparação, como uma espécie de grupo controle. No
caso de alguns pacientes que desenvolveram complicações e precisaram ser internados,
foi coletada uma segunda amostra de sangue. De modo geral, entre os casos
confirmados, havia indivíduos com sintomas leves e graves”, explicou uma das
coordenadoras da pesquisa, Jeany Delafiori, ao portal da Fapesp.
Além disso, por utilizar inteligência artificial, o método é capaz de acumular conhecimento e melhorar sua performance quanto mais amostras de sangue analisar.
“Se hoje ele tem uma taxa de acerto em
torno de 90%, é provável que acerte ainda mais quando chegar a milhares de
pacientes analisados”, afirmou o professor da Unicamp, Anderson Rocha, à mesma
publicação.