Segundo dos dados oficiais
do próprio governo federal em relação ao Bolsa Família, o Estado de Alagoas é
uma das 10 unidades da federação em que o número de beneficiários pelo programa
ultrapassa o de trabalhadores com carteira assassinada.Bolsa Família
Como já mostrei nesse blog, o período pós-pandemia é uma preocupação do próprio secretário da Fazenda, George Santoro. O titular da pasta explicou que dois fatores foram de extrema importância para que Alagoas atravessasse o período mais crítico da pandemia do novo coronavírus sem colapsar as contas públicas ou assistir a um caos social por conta de desemprego e falência.
O primeiro fator foi o ajuste fiscal promovido pelo governo Renan Filho (MDB) antes mesmo da pandemia iniciar, pois ajudou na arrecadação. O outro foi a ajuda oriunda do governo federal, como as recomposições de receita e o auxílio emergencial.
Em entrevista ao Direto da Província, o economista Cícero Péricles até pontuou que essas ajudas criaram um “colchão” que manteve a economia aquecida por meio do consumo de bens e serviços.
Houve falências e perdas de postos de trabalho, mas o dano foi reduzido e, já nos meses de início de reabertura econômica, surgiram os dados positivos.
Porém, tais dados ainda são impulsionados pelos recursos federais, em especial o auxílio emergencial que passou a corresponder a 3% do Produto Interno Bruto (PIB) de Alagoas. Que o Estado sempre foi dependente do governo federal não é novidade. É histórico. A dificuldade – segundo Santoro – será manter esse ritmo quando os auxílios recuarem.
Uma das estratégias é usar de benefícios fiscais para atrair investimentos, como foi feito recentemente pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico em relação a 15 novos empreendimentos, que podem gerar mais de 4 mil empregos diretos e indiretos. Dois desses empreendimentos serão voltados a área do Turismo. Todavia, Alagoas ainda está longe da diversificação econômica, da liberdade econômica e de abrir portas para mais oportunidades de empreender.
Criar um bom ambiente de negócios que seja competitivo não é tarefa fácil. Isso reflete ainda mais na dependência de programas federais como o Bolsa Família para que muitos possam sobreviver. Segundo o levantamento, em Alagoas são mais de 406 mil beneficiários do programa e 325 mil empregados com carteira assassinada. Isso se dá em um universo de aproximadamente 3,1 milhões de habitantes, conforme os dados do IBGE.
Quando comparada a relação entre beneficiários e trabalhadores com carteira assassinada, Alagoas é o sétimo no país. Todos os estados brasileiros em que essa superação ocorre estão situados na região Norte e Nordeste. O número de empregos formais só supera o número de beneficiários, no Nordeste, nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco. Na região Norte, os que possuem mais empregados com carteira assinada são Tocantins, Rondônia e Roraima.
O estado com mais beneficiários do Bolsa Família superando o número de empregos formais é a Bahia. Por lá, o número de empregados com carteira assinada ultrapassa 1,6 milhão. Porém, são 1,8 milhões de pessoas que recebem o programa federal. Na segunda colocação está o Pará, com 966 mil beneficiários contra 729 mil trabalhadores com carteira assassinada. Os demais estados são Maranhão, Paraíba, Piauí, Amazonas, Sergipe, Acre e Amapá.
Por:Cada Minuto