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Sindicato alega que a retirada do acordo coletivo acarreta redução salarial de 40%
Sem acordo entre
funcionários e empresa, os trabalhadores dos Correios seguem em greve há 23
dias. A paralisação é nacional e cobra a manutenção dos direitos trabalhistas
conquistados pela categoria há anos. Segundo o presidente do Sindicato dos
Trabalhadores na Empresa de Correios e Telégrafos em Alagoas (Sintect/AL), a
empresa retirou o acordo coletivo que beneficiava os trabalhadores e que teria
validade até 2021.
Atualmente, 40 agências estão com regime parcial de funcionamento ou com serviços paralisados.
"Não houve avanço nas negociações, a empresa retirou o acordo coletivo dos trabalhadores e, por conta disso, a gente entrou em greve. Esse acordo coletivo foi julgado pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho), ano passado, onde o acordo teria validade de dois anos, ou seja, até 2021, mas a empresa não cumpriu e, desde 1º de agosto, estamos sem ele", afirmou Alisson Guerreiro.
Além disso, o presidente do Sintect/AL disse que, durante toda a pandemia, os funcionários não pararam de trabalhar.
"Os trabalhadores não pararam na pandemia; mesmo sem as condições, entramos na Justiça para ter álcool em gel, máscaras, luvas. Essa greve não é por aumento salarial, é apenas para a empresa manter o acordo coletivo. Nesta pandemia, o lucro dos Correios foi de R$ 614 milhões somente no primeiro semestre. Isso mostra que a ela tem condições de manter o acordo", pontuou.
Conforme o sindicato, a retirada do acordo acarreta uma redução de 40% no poder aquisitivo dos trabalhadores. "Não é só o salário, mas também o ticket alimentação e outros direitos que estão sendo retirados e os trabalhadores prejudicados".
Em todo o Brasil, cerca 25 milhões de objetos estão acumulados. Em Alagoas, 40 agências estão completamente fechadas ou funcionando de forma parcial.
Na semana passada, o vice-presidente do TST, ministro Vieira de Mello Filho, apresentou uma proposta de renovação das 79 cláusulas vigentes no acordo coletivo, sem reajustes nas cláusulas econômicas. A proposta chegou a ser aceita pelos empregados, mas os Correios só aceitaram a manutenção de nove das cláusulas.
"A empresa entrou com o dissídio coletivo no TST, na semana passada, e o vice-presidente lançou a proposta da manutenção do acordo, porém a empresa não aceitou. A gente não queria ter greve, a gente imaginava que não houvesse este ano", lamentou Guerreiro.
Em nota, os Correios afirmam que estão trabalhando para reduzir os efeitos da paralisação parcial dos empregados. Diz, ainda, que foram entregues mais de 2,2 milhões de cartas e encomendas em todo o país, no período da greve, e que o ritmo das entregas prossegue durante a semana, de forma a minimizar o impacto aos clientes. "A empresa aguarda o retorno dos trabalhadores que aderiram à paralisação parcial o quanto antes, cientes de sua responsabilidade para com a população".
CONFIRA A NOTA NA ÍNTEGRA
Os Correios estão
trabalhando para reduzir os efeitos da paralisação parcial dos empregados.
Durante o último fim de semana e feriado de Dia da Independência, os empregados
das áreas administrativa e operacional estiveram mais uma vez unidos em prol de
manutenção dos nossos serviços, mesmo com a paralisação parcial. Foram
entregues mais de 2,2 milhões de cartas e encomendas em todo o país no período.
A ação também foi responsável pela triagem de 2,4 milhões de objetos postais. O
ritmo das entregas prossegue durante a semana, de forma a minimizar o impacto
aos clientes.
Os índices de qualidade - monitorados ininterruptamente - têm se mantido nos parâmetros da pandemia: as agências seguem atendendo e as entregas ainda contam com eficácia superior a 90%. A empresa não fornece dados segmentados da operação porque essas informações variam constantemente.
Situações pontuais, quando reportadas à empresa por meio dos canais oficiais de relacionamento, são prontamente averiguadas e solucionadas. Os clientes podem entrar em contato pelos telefones 3003-0100 e 0800 725 0100 ou pelo endereço
http://www.correios.com.br/fale-com-os-correios
Por: Gazetaweb