Funcionário mostra frascos com potencial vacina russa contra Covid-19 perto de Moscou — Foto: Andrey Rudakov/Divulgação via Reuters |
Ministério da Saúde da Rússia diz que a entrega está prevista para um futuro próximo, mas não especifica datas. Vacina Sputnik V também terá versão adaptada para crianças.
A Rússia liberou sua vacina
contra a Covid-19 para o público em geral, anunciou o Ministério da Saúde do
país nesta terça-feira (8).
Segundo o comunicado, o primeiro lote de vacina Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya de Epidemiologia e Microbiologia, passou nos testes de qualidade e foi liberada para a população civil. O Ministério diz ainda que a entrega de fato dos primeiros lotes está prevista para um futuro próximo, mas não especifica datas.
Na sexta-feira (4), o
vice-diretor do instituto Gamaleya, Denis Logunov, já havia anunciado que a
vacina poderia ser liberada para a população esta semana.
Segundo Logunov, existe uma
"vasta base de evidências de que a vacina é segura" e que a segurança
"foi o principal pré-requisito para seu registro".
Um estudo com resultados
preliminares publicado na revista científica "The Lancet" na
sexta-feira mostrou que a vacina russa para a Covid-19 não teve efeitos
adversos e induziu resposta imune.
A liberação da vacina
Sputnik V ocorrerá junto com os testes clínicos da Fase 3, que serão feitos em
40 mil voluntários, sendo que 30 mil receberão o imunizante e 10 mil receberão
uma substância placebo (sem efeito).
Versão para crianças
A vacina deverá ter uma versão
mais leve para crianças, informou nesta terça-feira (8) o professor Aleksandr
Butenko, do Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia
Gamalyea.
Segundo Butenko, apenas
pessoas maiores de 18 anos participam dos testes, mas o produto final deverá
ter uma versão infantil adaptada.
"As crianças têm massa
corporal diferente. Naturalmente, uma criança com peso de 20 quilos
definitivamente precisa de uma dose menor do que um adulto com peso de 50, 60
ou 70 quilos", disse o cientista à agência de notícias Tass.
Em entrevista concedida à
rádio russa Sputnik, o cientista disse que a vacina para crianças será mais
leve e, portanto, menos suscetível a reações.
"O sistema imunológico
de uma criança pode não estar suficientemente desenvolvido como o de um adulto.
De uma forma ou de outra, todas as vacinas possuem classificações, para
crianças e adultos", enfatizou.
Segundo o pesquisador, a
documentação para obter a permissão do Ministério da Saúde da Rússia para
estudar essa vacina em crianças ainda não está finalizada. O processo está em
andamento.
No Brasil, o governo do
Paraná firmou uma parceria para desenvolver a vacina russa e informou na sexta
(4) que o pedido de registro do imunizante à Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) deve ser feito em 10 dias. Os testes no país devem começar
em 1 mês.
PorG1