Desempregados diante da pandemia, em milhares. — Foto: Economia G1 |
Segundo o IBGE, país encerrou o mês com 14 milhões de desempregados, 200 mil a mais que em outubro e quase 4 milhões a mais que em maio.
O desemprego diante da
pandemia do coronavírus bateu novo recorde em novembro, de acordo com dados
divulgados nesta quarta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
Segundo o levantamento, o
Brasil encerrou o mês de novembro com um contingente de 14 milhões de
desempregados, aumento de 2% frente a outubro (13,8 milhões), e de 38,6% desde
maio (10 milhões), quando começou a série da pesquisa.
Com isso, a taxa de desemprego
ficou em 14,2% em novembro, ante 14,1% no mês anterior e 10,7% em maio.
Os dados são da última
edição da PNAD Covid-19, lançada neste ano pelo IBGE para identificar os
impactos da pandemia no mercado de trabalho e para quantificar as pessoas com
sintomas associados à síndrome gripal no Brasil.
O desemprego vem renovando
recordes sucessivos no país desde julho à medida em que trabalhadores que
perderam sua ocupação na pandemia passaram a buscar um emprego em meio ao
relaxamento e flexibilização das medidas de restrição.
“Esse aumento da população
desocupada ocorreu, principalmente, na região Nordeste. Nas demais regiões
ficou estável, sendo que no Sul houve queda na desocupação”, destacou a
coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Viera.
Apesar de também avaliar o
mercado de trabalho, a Pnad Covid19 não é comparável aos dados da Pnad
Contínua, que é usada como indicador oficial do desemprego no país. Os dados da
Pnad Contínua mais atuais são referentes ao trimestre terminado em setembro,
quando o país atingiu taxa de desemprego recorde, de 14,6%, com cerca de 14,1
milhões de brasileiros em busca de uma oportunidade no mercado de trabalho.
Perspectiva de fim do
auxílio emergencial
Segundo o IBGE, o aumento do
número de desempregados também pode estar relacionado com a redução e
perspectiva de término do Auxílio Emergencial.
"A redução do auxílio
pode estar fazendo sim com que as pessoas precisem retornar ao mercado de
trabalho", avaliou a pesquisadora, destacando que no Nordeste houve
aumento da desocupação entre as pessoas que residiam em domicílio com
beneficiados pelo auxílio emergencial.
A proporção de residências
que recebeu algum auxílio relacionado à pandemia passou de 42,2% em outubro
para 41% em novembro, com valor médio do benefício em R$ 558 por domicílio,
segundo o IBGE.
As regiões Norte e Nordeste
foram novamente as regiões com os maiores percentuais: 57,0% e 55,3%,
respectivamente.
Caixa paga última parcela a
4,9 milhões e encerra pagamentos a beneficiários do Bolsa Família
População ocupada tem 1ª
alta desde maio
Já a população ocupada subiu
para 84,7 milhões, aumento de 0,6% em relação a outubro (84,1 milhões), e, pela
primeira vez desde o início da pesquisa, apresentou contingente superior ao de
maio (84,4 milhões).
O nível de ocupação, no
entanto, segue bem baixo. Ficou em 49,6% em novembro, ou seja, menos da metade
da população em idade para trabalhar estava ocupada.
“A população ocupada se aproximou
do patamar de março, apesar da taxa de desocupação maior. Isso porque temos
mais pessoas pressionando o mercado de trabalho em busca de uma ocupação. Esses
números refletem a flexibilização das medidas de distanciamento social, com
mais pessoas mês a mês deixando de estar fora da força de trabalho”, destacou
Maria Lucia.
Houve também aumento no
número de horas efetivamente trabalhadas, de 35,7 horas em outubro para 36,1
horas em novembro.
Já a taxa de informalidade
ficou em 34,5%, a mesma do mês anterior, o que corresponde a 29,2 milhões de
pessoas.
A pesquisa mostrou ainda que
13,7 milhões não procuraram trabalho por conta da pandemia ou por falta de
trabalho na localidade, mas gostariam de trabalhar, o que indica que a taxa de
desemprego pode continuar a subir no país.
Fonte: G1