Dados foram constatados pelo Observatório Alagoano de Políticas Públicas para o Enfrentamento da Covid-19, da Ufal
Dias depois de o Governo do
Estado de Alagoas ter iniciado uma abertura gradativa de novos leitos para
tratamento da Covid-19, cidades do interior do estado voltaram a ultrapassar a
margem de segurança e chegaram a registrar 76% de ocupação. Um relatório de um
estudo realizado pelo Observatório Alagoano de Políticas Públicas para o
Enfrentamento da Covid-19, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), apontou
que o Estado chega próximo de uma situação crítica no combate à Covid.
Os indicadores utilizados
pelo observatório na análise da pandemia em Alagoas apontam para um descontrole
da transmissão do coronavírus no território alagoano, não havendo qualquer
sinal de contenção das contaminações, uma vez que os índices registrados em
semanas anteriores são praticamente iguais aos registrados nesta 6ª semana de
2021.
Maceió continua detendo o maior percentual no número de casos, com 54% dos registros. "No entanto, o número de óbitos registrado nos demais municípios alagoanos superou o observado na capital, onde foram registradas 46% dos óbitos notificados no período analisado", disse trecho do relatório.
Ocupação de leitos
Desde dezembro, em todo o
Estado de Alagoas foram abertos 95 novos leitos clínicos e de UTI para o
tratamento da Covid-19, o que não foi suficiente para barrar a expansão na taxa
de ocupação, que saltou de 37% para 63% durante este período.
No interior, os números são mais alarmantes quanto a ocupação de leitos de UTI. Mesmo com o aumento de 15 leitos desta modalidade na última semana, a ocupação chegou a 76%, marca superior à de 70% recomendada por especialistas para que seja mantido um nível de segurança na saúde pública. Entre os municípios do interior que dispõem de leitos de UTI, apenas Penedo e Porto Calvo ainda estão dentro da margem de segurança, 29% e 60% de ocupação, respectivamente.
Testagem
O baixo número de testagem
realizado em Alagoas tem tido influência direta nas dificuldades enfrentadas
pelo estado em lidar com a segunda onda da pandemia de Covid-19. Em comparação
com os demais estados, Alagoas figura na penúltima colocação entre os que mais
fazem testagem em sua população, realizando apenas 8.959 testes para cada 100
mil habitantes.
Para o estudo da Ufal, este
fato faz com que os indicadores de casos e óbitos tenham que ser interpretados
com maior cautela. "[...] o elevado número de casos suspeitos, a proporção
de resultados positivos entre os exames realizados e a demanda crescente de
leitos hospitalares são evidências da piora do cenário epidemiológico da
Covid-19 no estado", diz trecho do relatório.
Pâmela de Oliveira