Foto mostra o Instituto Butantan, em São Paulo — Foto: Marcos Santos/USP Imagens |
Objetivo é ter 40 milhões de doses prontas até o fim de 2021. Desenvolvimento da Butanvac não vai mudar cronograma da Coronavac, hoje envasada pelo Butantan com insumos da China.
O Instituto Butantan avançou
no desenvolvimento de sua própria vacina contra a Covid-19, e pedirá
autorização à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar
testes clínicos com voluntários, informou o jornal "Folha de S.Paulo"
no final da noite desta quinta-feira (25). O Jornal da Globo confirmou a informação
com fontes do Palácio dos Bandeirantes, do governo do estado de São Paulo.
A nova candidata a vacina será chamada de "Butanvac", e o objetivo é ter 40 milhões de doses prontas até o fim deste ano.
O governador de São Paulo, João Doria, e o diretor do Butantan, Dimas Covas, darão mais detalhes da vacina nesta sexta-feira (26).
O pedido de autorização se
refere às fases 1 e 2 de testes da vacina, nas quais serão avaliadas segurança
e capacidade de promover resposta imune com 1.800 voluntários. Na fase 3, até
9.000 pessoas irão participar e a etapa vai estipular a eficácia.
Atualmente, o instituto envasa a Coronavac, com insumos vindo da China. A partir do segundo semestre, o Butantan dever nacionalizar a fabricação. No Rio de Janeiro, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) envasa a vacina de Oxford, também com insumos enviados pelos chineses.
O desenvolvimento da
Butanvac não irá alterar o cronograma da Coronavac.
A Coronavac utiliza o próprio Sars-CoV-2 inativado como vetor. A vacina de Oxford/AstraZeneca utiliza um adenovírus causador de gripe em macacos para inserir a proteína S.
Veja abaixo vídeos sobre as
duas vacinas atualmente usadas na campanha nacional de vacinação contra a
Covid-19.
O Brasil tem, ao menos, 11
projetos de candidatas a vacina contra a Covid-19, de acordo com levantamento
do G1. Todos estão sendo desenvolvidos em universidades e instituições de
pesquisa públicas do país.
— Foto: Guilherme Luiz Pinheiro / G1 |
Os projetos
Instituto Butantan (SP): 3
projetos + 1. Este último é desenvolvido em parceria com a Fiocruz em Minas
Gerais, a UFMG e o Instituto de Ciência e Tecnologia de Vacinas (INCTV), também
em Minas. Também tem participação do Instituto de Ciências Biomédicas e da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, ambos ligados à USP.
Instituto de Ciências
Biomédicas (ICB) da USP: 3 projetos
Fiocruz/Manguinhos (RJ): 2
projetos
Universidade Federal do
Paraná (UFPR): 1 projeto
Instituto do Coração (Incor)
da USP: 1 projeto
Dos 4 projetos do Butantan,
2 são baseados em ovo – um dos quais está mais adiantado e é feito em parceria
com a rede de hospitais Mount Sinai, nos Estados Unidos, com apoio do governo
americano e da fundação Bill e Melinda Gates. Essa versão usa o vírus
inativado.
"É o mesmo princípio da vacina da gripe – você inocula uma cepa viral no ovo, que cresce no ovo embrionado e, depois, ele [o vírus] é purificado a partir desse ovo. Então, na verdade, a fábrica da vacina é o ovo – o embrião da ave, o pintinho, que produz os vírus que depois são transformados em vacina", explicou Dimas Covas no ano passado
G1