Pai, mãe e sete filhos durante comemoração de bodas de ouro do casal, em 2018; a foto tem sido usada como referência desde a primeira morte (Foto: Arquivo pessoal) |
José Luís Gomes da Silva, de 74 anos, e Maria Zélia, de 71, estavam casados há 52 anos, união que resultou em sete filhos. Além deles, um genro e dois filhos foram vítimas da doença
Na Bahia, cinco integrantes
de uma família morreram em decorrência da Covid-19 num período de 23 dias. Os
mais velhos, José Luís Gomes da Silva, de 74 anos, e Maria Zélia, de 71, estavam
casados há 52 anos, união que resultou em sete filhos. Além deles, um genro e
dois filhos foram vítimas da doença.
Os idosos moravam sozinhos, mas vizinhos a um filho e outra filha, enquanto o restante da família residia em ruas próximas, todas em Brumado, município no Interior baiano. Uma das netas, Mônica Porto, de 26 anos, explicou ao jornal Correio 24 Horas que o avô foi o primeiro a apresentar sintomas.
“Nós cancelamos viagens e
adotamos as medidas recomendadas, como usar máscara e evitar aglomerações. Os
encontros que a gente fazia eram somente da família mesmo, só a gente, e sempre
tomando os cuidados necessários. Meu avô foi o primeiro a apresentar os
sintomas, ele teve febre, corpo mole e dor de cabeça”.
José foi levado a uma
Unidade de Pronto Atendimento (UPA) por dois de seus filhos, entre eles
Cleiton, que morreria um mês depois. Cardíaco, o idoso perdeu o olfato e o
paladar por conta da Covid-19. Seu quadro se agravou enquanto a esposa começou
a manifestar sintomas. Ela, porém, piorou de maneira mais rápida.
“Quando meu avô foi internado, minha avó já estava com sintomas, mas estava leve e ela não quis ir para a UPA. Ela era diabética e alguns dias depois o açúcar dela começou a subir, foi aí que meu pai e meu tio a levaram. Não lembro exatamente quando ela foi internada, mas foi questão de 10 a 15 dias até o falecimento”, contou Mônica.
“As pessoas que ainda não compreenderam a gravidade da situação é porque ainda não atingiu suas famílias. É muito sério. É muito grave. A Covid mata. A questão não é ir ou não a um barzinho, a questão é perder seus familiares. É preciso usar máscara e não aglomerar. Infelizmente, enquanto a gente não tiver vacina é isso o que podemos fazer”, afirmou.
O Povo Online