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Foto/ Ailton Cruz A alta procura da farinha de trigo no mercado internacional inflaciona preço do alimento no Estado

PREÇO DO PÃO PODE SUBIR ATÉ 20% EM ALAGOAS, ANUNCIA SINDICATO

Foto/ Ailton Cruz

A alta procura da farinha de trigo no mercado internacional inflaciona preço do alimento no Estado


O preço do pão pode aumentar em até 20% em Alagoas nas próximas semanas. A estimativa é do presidente do Sindicato da Indústria de Panificação de Alagoas (Sindipan), Alfredo Dacal. Ele aponta o alto consumo de matérias-primas pelo mercado internacional como um dos fatores para o aumento.

Dacal explica que os produtos que são matéria-prima para o pão, como a farinha de trigo, por exemplo, estão com alta procura no mercado internacional, e com o dólar em alta, faz com que seja mais vantajoso para o produtor exportar do que vender para o mercado interno. O resultado desta situação é a alta do preço.

O presidente do Sindipan-AL relata que isso tem acontecido não só com o trigo, mas com o açúcar e os derivados de soja como manteiga e óleo. Além disso, outros fatores locais afetam o preço. Um destes é o fato de que Alagoas não conta mais com moinho, tendo em vista que o Motrisa, que ficava no bairro do Poço, em Maceió, fechou as portas. Dessa forma, os panificadores de Alagoas precisam comprar farinha em Aracaju-SE ou em Fortaleza-CE.

Levantamento do Sindipan-AL mostra que nos últimos doze meses os insumos chegaram a aumentar até 75%. Este é o caso do balde de margarina de 15kg , que saltou de R$ 80 em julho do ano passado, para R$140 em agosto deste ano. O leite integral subiu 29%, saindo de R$ 3,50 em janeiro deste ano, para R$4,50 agora em agosto. Já o saco da farinha de trigo delta custava R$ 131,20 em julho do ano passado, e agora custa R$ 168, uma alta de 28%. Por fim, outro elemento que aumentou foi a energia elétrica, que saiu de R$0,75 o quilowatt-hora em julho do ano passado, para R$ 1,15 agora em agosto.

Dacal conta que o preço do quilo do pão francês praticado em Maceió é um dos mais baratos do Nordeste. Atualmente, o produto é vendido entre R$ 9 e R$11. Com o aumento previsto, poderá custar até R$ 13,20. Ele cita que em outras cidades da região, como Fortaleza, o produto já é vendido por R$ 18. Sobre o aumento em Maceió, ele diz que pode ser entre 10% e 20%, e tem orientado os associados para que façam planilhas de custos e avaliem o reajuste.

O presidente do Sindipan-AL cita que um dos motivos para que o preço não tenha subido tanto em Alagoas está no hábito de consumo do alagoano. Dacal explica que nas outras regiões do Brasil, em especial o Sudeste, o pão é item protagonista no café da manhã das famílias. Já no Nordeste, tradicionalmente, o café da manhã pode ter cuscuz, batata doce e macaxeira como prato principal, por exemplo.

 

EXIBIÇÃO DO PREÇO

 

Desde o dia 1° de junho deste ano que o pão francês deve ser comercializado com o preço do quilo do produto afixado próximo ao balcão de venda, em local de fácil visualização pelo consumidor, além de ser grafado com dígitos de pelo menos 5 centímetros de altura.

As determinações sobre como o produto deve ser comercializado constam de uma portaria do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) publicada no Diário Oficial da União. A portaria acrescenta que a balança a ser utilizada deve ter, como característica, um medidor com divisão igual ou menor a cinco gramas, além da indicação de peso e preço a pagar.

 

 

 

Hebert Borges/Gazetaweb

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