Marciel Silva/Reprodução Redes Sociais |
José Acioly foi torturado antes de morrer e teve lesões por objeto cortante na cabeça e partes íntimas, segundo delegado
O suspeito de matar o
professor da UFAL e ex-diretor do Museu Théo Brandão, José Acioly da Silva
Filho, de 59 anos, planejava vender o carro da vítima. As informações foram
repassadas pelo delegado Ronilson Medeiros, durante coletiva, nesta
segunda-feira (20).
Para a polícia, o crime foi premeditado. Segundo ele, Marciel, de 22 anos, que tinha um relacionamento com a vítima havia 15 dias, negociava o veículo desde o dia 10 de setembro, ou seja, sete dias antes do assassinato do professor. A vítima chegou a ser torturada antes de morrer. Ele teve lesões na cabeça e nas partes íntimas.
De acordo com a polícia, o relacionamento entre a vítima e o suspeito não era de conhecimento de amigos e parentes. No entanto, o professor estava providenciando um tratamento odontológico para o suspeito e repassou os dados dele para um dentista, o que possibilitou que a polícia chegasse até ele.
Identificado apenas como Marciel, o suspeito foi preso de forma preventiva. O veículo da vítima estava passando na direção do shopping, com dois indivíduos, sendo o suposto namorado e o irmão, que é menor de idade, quando foi identificado pelo sistema de câmeras da Polícia Rodoviária Federal (PRF). À polícia, o suspeito disse que estava, apenas, repassando o veículo a pedido da vítima.
Conforme a investigação, o suspeito negociava o carro desde o dia 10 de setembro e arquitetou toda situação para matar e roubar a vítima.
“Ele conheceu as fragilidades da vítima. As lesões na cabeça foram causadas por objeto cortante. Nas partes íntimas do professor, havia lesões. É um crime de ódio. O criminoso não se contentou em matar a vítima e a torturou. Esse crime não pode ficar impune, até pelas circunstâncias fatídicas. O suspeito era uma pessoa que já tinha a confiança da vítima”, afirmou o delegado.
A polícia investiga se outras pessoas participaram do crime. O irmão do suspeito, que é menor de idade, foi liberado por alvará de soltura, porque não identificaram participação dele no crime. Ele tem 17 anos e estava dirigindo no momento da apreensão.
Segundo a polícia, o suspeito é casado e tem dois filhos. Ele estava desempregado, atualmente, mas já chegou a trabalhar como garçom em estabelecimentos comerciais conhecidos.
O CRIME
O corpo de José Acioly foi
encontrado em sua residência, no bairro Jaraguá. Segundo o Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (Samu), acionado para a ocorrência, as primeiras
informações davam conta que ele apresentava um grande sangramento e dois
orifícios de entrada na região atrás da orelha esquerda.
Amigos de Acioly contaram à Gazetaweb que tentaram contato telefônico com o professor, por diversas vezes, mas não tiveram resposta. Depois, eles receberam uma mensagem sua pelo WhatsApp, dizendo que ele tinha ido a Arapiraca, socorrer um amigo, e que seu telefone iria ficar sem conexão, mas ele avisaria quando retornasse.
O texto estava repleto de erros de português, o que levantou a suspeitas. Por causa disso, familiares de Acioly foram até sua casa e, pela janela, viram o corpo caído no quarto.
Gazetaweb