Mais de 270 mil pessoas
foram internadas em 2019 por conta da falta de saneamento básico
DIVULGAÇÃO/PREFEITURA DE SP |
Em 2019, foram 270 mil pessoas hospitalizadas. Falta de acesso à água tratada e à rede de esgoto deixou 2,7 mil mortos
A falta de saneamento básico
no Brasil gerou 270 mil internações em 2019, responsáveis por um gasto de R$
108 milhões para o país e por mais de 2,7 mil mortes. Os dados são do Instituto
Trata Brasil e foram divulgados nesta terça-feira (5). Esse é o primeiro
aumento em dez anos.
Por causa da falta de acesso à água tratada e à rede de esgoto, a taxa aumentou 12% em relação ao ano anterior, quando foram mais de 240 mil internações.
Em 2020, os números chegaram
a cair para 174 mil internações, o que significou uma redução de 35%, e 1,9 mil
mortes, uma queda de 30%. No entanto, o Instituto Trata Brasil ressalta que os números
de 2020 não podem ser comparados com nenhum outro da série histórica por causa
da pandemia, que fez com que muitas pessoas não procurassem os hospitais por
medo de contaminação da Covid-19.
De acordo com o instituto, o cenário é ainda mais grave na região Norte, onde somente 12% da população conta com coleta de esgoto. Por lá, foram registradas 42 mil internações em 2019. O número pode até ser considerado mais baixo se comparado às hospitalizações do Nordeste (113,8 mil) e do Sudeste (61,8 mil), mas representa uma incidência mais alta e um alerta, pois a população no Norte é muito menor que as outras regiões.
O Nordeste também merece atenção especial, segundo o instituto. Foram registradas mais de 100 mil internações. A região foi responsável por mais de mil das 2,7 mil mortes de todo país pela falta de saneamento. Os números refletem a realidade do saneamento enfrentada pelos nordestinos: apenas 28% da população conta com rede de esgoto.
O estudo foi feito a partir de dados públicos do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) e do DataSus, portal do Ministério da Saúde que acompanha os registros de internações, óbitos e ocorrências relacionadas à saúde da população brasileira. Os dados completos podem ser conferidos no site do Trata Brasil.
Priscila Mendes, do R7, em Brasília