Fios partidos, extensões, tomadas e benjamins são principais vetores de choques elétricos/ |
Agência Brasil
Quarto do Nordeste em número de óbitos, Estado é 1º da região e 2º do Brasil em proporção de mortes por área territorial, diz anuário
O Anuário Estatístico de
Acidentes de Origem Elétrica, divulgado essa semana, mostra que em um 2021,
Alagoas foi o 4º do Nordeste com mais mortes por choque elétrico, com total de
30 vítimas. Em 2020, foram 20 mortes tendo a descarga elétrica como causa no
Estado, o que aponta crescimento de 50% no número de ocorrências. Nesse tipo de
acidente, o Estado assume o primeiro lugar regional e o segundo no Brasil quando
observada taxa de mortes por área geográfica.
O anuário também contabiliza as informações sobre acidentes causados por incêndios decorrentes de sobrecargas, os curto-circuitos, e descargas atmosféricas, os raios.
Em 2021, foram registrados, no Brasil, 1.585 acidentes de origem elétrica, sendo 761 com mortes. Destas,674 foram causadas por choques elétricos, 47 por incêndios decorrentes de sobrecarga e 40 por raios.
O maior número de mortes por choques elétricos foi registrado no Nordeste, com 242 ocorrências, 30 destas em Alagoas. Em números absolutos, o Estado é o quatro da região em mortes por esta causa, abaixo de Pernambuco (49), Bahia (41) e Paraíba (31).
Quando considerada a incidência demográfica, Alagoas tem a 5ª maior taxa do Brasil e a segunda do Nordeste, com 8,9 casos por milhão de habitantes. O Piauí é o primeiro da Região, com 9,1. O Acre é líder isolado, com 12,1 casos por 1 milhão de habitantes.
Na comparação entre a proporção de acidentes elétricos e a área territorial de cada estado, Alagoas é primeiro no Nordeste, com 1,00 caso por 1.000km², e segundo no Brasil, atrás do Distrito Federal, com 2,5 casos por 1,000km².
“Fizemos a comparação do número de acidentes com a área territorial de cada estado, para que possa ser comparado que em estados com pouca área territorial, como é o caso de Alagoas, ou mesmo o Distrito Federal, o número de acidentes acaba sendo grande”, observa o anuário.
Fios partidos são principal
causa
Quando observadas as causas,
a maioria dos casos de choques elétricos ocorreu por contato com fio partido ou
sem isolamento – 45 casos, com 37 mortes; eletrodoméstico ou eletroeletrônico –
35 casos, com 31 mortes; extensão, tomada ou benjamin – 28 casos, com 21
mortes.
O eletrodoméstico que aparece com maior número de ocorrências é a geladeira, com 14 casos e 13 mortes, seguido da máquina de lavar, com 12 casos e 9 mortes e ‘outros’ com 8 casos e 7 mortes. Incluído no anuário em 2018, o carregador de celular aparece como objeto de 30 acidentes, com 17 mortes, sendo 16 por choques elétricos e uma resultante de incêndio por sobrecarga.
No que diz respeito a incêndio por sobrecarga elétrica, o chamado curto-circuito, o Nordeste é o terceiro em ocorrências (114) e empata em número de mortes (16) com o Sul, primeiro em número de casos (197). Alagoas teve 19 casos com uma morte. Em 2021, foram registrados 50 acidentes por descarga atmosférica (raios), com 40 mortes. A maioria, 25 mortes de 26 casos, em área rural.
Número de acidentes com
carregador de celular chama atenção
O anuário chama a atenção
para a ocorrência de acidentes com o carregador de celular, recentemente
incluído na análise.
“Antes de 2018 nem tínhamos
esse item em nosso banco de dados, já que casos de acidentes (choque elétrico
ou incêndio por sobrecarga) não apareciam em notícias. Para se ter uma ideia,
em 2017 foram 02 casos no ano inteiro, já em 2018 – o susto – tivemos um total
de 41 ocorrências, sendo 27 por choque elétrico com 22 fatalidades e 14
incêndios gerados por sobrecarga na instalação elétrica pelo carregador de
celular com 1 morte (...).
Imediatamente foi incluído
na estatística, e daí por diante, infelizmente, passou a ser um item importante
dentro do Anuário”, informa.
A publicação alerta para os cuidados que devem ser tomados com o carregador, especialmente por parte de adolescentes, devido ao hábito de usar o celular plugado à tomada.
“Os dados têm se mantido em
uma média próxima, porém são dados muito preocupantes e que precisam servir de
alerta, principalmente para os adolescentes – as principais vítimas – já que
não conseguem ficar longe de seus celulares e, muitas vezes, continuam mexendo
neles enquanto estão carregando”, alerta o anuário da Abracopel - Associação
Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade.
Para os organizadores do anuário, o descaso com os riscos é um dos principais fatores dos acidentes. "É muito comum as pessoas acharem que os acidentes nunca vão acontecer consigo e correm o risetawebco, mas esquecem que na grande maioria dos casos, a eletricidade não lhes dá uma segunda chance e, com isso, acabam se acidentando", comenta a publicação.
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