Pablo, Luan e Ian estavam acolhidos no Abrigo Institucional Acolher, em Maceió
Três irmãos tiveram a vida
completamente mudadas nas últimas semanas. Pablo, Luan e Ian, de 10, 11 e 12
anos, estavam acolhidos no Abrigo Institucional Acolher, em Maceió, mas tiveram
a guarda provisória concedida ao funcionário público Jair Pereira. Hoje eles
estão morando com Jair na cidade de Bento Ribeiro, no Rio de Janeiro.
De acordo com a juíza Fátima
Pirauá, titular da 28ª Vara da Infância e Juventude de Maceió e responsável por
esse processo de adoção, as chances de crianças com essa faixa etária serem
adotadas é reduzida em relação a crianças menores.
“Quando vai se habilitar, o casal diz qual o perfil de criança que deseja, e o perfil idealizado pela grande maioria é de bebês. Até 5 anos, a gente tem muita facilidade de conseguir um casal ou uma pessoa que queira adotar. A partir daí, de seis, sete em diante, é bem difícil”, relata a magistrada.
A juíza aponta que há cerca
de 300 pessoas ou casais de Maceió cadastrados no Sistema Nacional de Adoção.
Mas outra questão que dificulta a concretização de adoções como a de Pablo,
Luan e Ian é o fato de se tratar de um grupo de irmãos, pois o direito à
convivência entre eles deve ser preservado.
“É muito complicado que a gente consiga um adotante que queira tantas crianças”, observa Pirauá. Uma alternativa à adoção de todos por uma única família é quando há famílias que moram próximas e estão interessadas nos irmãos.
“A gente faz uma analogia
com a guarda compartilhada, a adoção compartilhada. São dois casais, por
exemplo, que se conheçam, que morem em bairros próximos, e que aceitem adotar
separadamente os irmãos, mas que não deixem eles perderem o vínculo. As
famílias ficam se encontrando e as crianças crescem juntas”, explica a juíza
“A adoção é irrevogável.
Depois que é prolatada a sentença de adoção e um novo registro é feito, não é
possível voltar atrás. Passa a ser filho com todos os direitos e todos os
deveres. Então tem que ter um período para ver se o vínculo afetivo se
fortalece e a convivência está sendo benéfica para a criança”, afirmou Fátima
Pirauá.
Campanha do TJ possibilita
adoções - A magistrada destacou a importância da Campanha Adoções Possíveis, da
Diretoria de Comunicação do Tribunal de Justiça de Alagoas, que consiste na
divulgação de textos e vídeos sobre crianças e adolescentes abrigadas em
instituições.
Nas produções, é possível
conhecer um pouco da personalidade dos meninos e meninas. “As adoções de
crianças de uma idade mais avançada acontecem normalmente depois que os
adotantes veem o vídeo. A pessoa vê o vídeo e se interessa pela fala e o jeito
das crianças. Saber o que elas gostam, os sonhos delas, faz você criar uma
empatia”.
TNH1 com Ascom TJ-AL |