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  Lula e Bolsonaro concentrarão esforços na região sudeste para ganhar no segundo turno - Foto: Ricardo Stuckert/Alan Santos/Flickr   Com ...

LULA E BOLSONARO CONCENTRAM ESFORÇOS NO 2º TURNO EM VOTOS DO SUDESTE

 

Lula e Bolsonaro concentrarão esforços na região sudeste para ganhar no segundo turno - Foto: Ricardo Stuckert/Alan Santos/Flickr

 

Com o resultado do primeiro turno da corrida pela Presidência da República, as campanhas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), recalculam a rota para o segundo turno.

 

Por enquanto, o objetivo dos dois lados é focar no Sudeste para angariar novos votos —4 em cada 10 votos de todo país saem da região. Considerando esses estados, Bolsonaro venceu com diferença entre 7 e 12 pontos percentuais em São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. O petista ganhou apenas em Minas Gerais, onde ficou com cinco pontos percentuais à frente.

Com 99,99% das urnas apuradas em todo o país, Lula tinha 48,43% dos votos e Bolsonaro, 43,2%. O resultado frustrou petistas que tinham expectativas de vitória no primeiro turno ou de grande vantagem na ida ao segundo turno. Já a equipe bolsonarista comemora o resultado e tem quatro semanas para reverter o cenário.

Início da semana com reunião. Ambas as campanhas se reúnem nesta segunda-feira (3) para discutir a agenda e as próximas viagens. O segundo turno está marcado para 30 de outubro.

 A equipe do presidente se reúne em Brasília, nesta tarde, mas já existem caminhos sendo discutidos. Segundo o UOL, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), deve ser o interlocutor da campanha de Bolsonaro em busca de apoios.

 A intenção é retomar as viagens o mais rápido possível —o chefe do Executivo declarou que pretende visitar o máximo de estados que conseguir nas próximas semanas

 Na campanha de Lula, após a apuração dos votos, ainda havia um clima de assimilação do resultado. Em reunião nesta tarde, eles devem fazer um mapeamento do desempenho, abordar os números com mais detalhes e discutir os futuros compromissos.

A avaliação petista é que os institutos de pesquisa acertaram as porcentagens de votos de Lula e Haddad, porém não conseguiram calibrar qual era o peso de Bolsonaro na eleição.

Onde estão os votos? A exemplo do que aconteceu no primeiro turno, os estados do Sudeste devem receber maior atenção.

Lula deve mirar inicialmente Minas Gerais e São Paulo e tentar entender o que aconteceu nos dois estados. Em São Paulo, a campanha tinha expectativa de vitória, mas não só Lula perdeu —teve 40,89% dos votos contra 47,71% de Bolsonaro—, como o petista Fernando Haddad foi para o segundo turno atrás de Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro do atual presidente.

 Em Minas, Lula venceu, mas com uma margem apertada —teve 48,29% dos votos, contra 43,6% de Bolsonaro.

 Na campanha de Bolsonaro, os principais focos são:

 o governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo),

 o do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), também reeleito, e

o candidato ao governo da Bahia ACM Neto (União).

 Na coletiva que concedeu na entrada do Palácio da Alvorada depois da apuração, na noite de domingo, Bolsonaro afirmou que Zema, reeleito com 56,18% dos votos, é o principal alvo da busca por aliados. Ele declarou que já procurou um interlocutor do governador e sinalizou que a primeira reunião para articulações para o segundo turno será em Belo Horizonte.

 

Diferentemente de 2018, Zema evitou declarar apoio para Bolsonaro no primeiro turno.

São Paulo polarizado. Por sua vez, Lula deverá rodar o interior de São Paulo com o candidato a vice na chapa, Geraldo Alckmin (PSB), que ganhou duas eleições para o governo do estado em primeiro turno, e com Haddad.

No discurso após o resultado, o ex-presidente disse que o principal palco do segundo turno será o estado. "É um confronto de ideias, um confronto programático, é um confronto de propostas para a sociedade. E estou disposto a fazer tudo o que for possível, Haddad. Tenho certeza que nós dois juntos vamos ganhar São Paulo e vamos ganhar o Brasil."

Do outro lado, o desempenho de Tarcísio na disputa pelo governo paulista foi bastante celebrado por Bolsonaro e auxiliares. A equipe do presidente considera que o palanque do ex-ministro será um grande trunfo que pode ajudar a decidir a eleição.

Mais surpresas para o PT. O partido de Lula também esperava uma diferença menor com Bolsonaro no Rio de Janeiro. E não previu o aumento da abstenção. O PT focou as últimas semanas, em especial, nas populações em que eles têm vantagem, porém apresentam abstenção alta: as classes média-baixa e baixa, além dos jovens.

Em 2018, 20,3% dos eleitores deixaram de votar. Agora, com quase 100% das urnas apuradas, a abstenção se aproximava de 21%.

Nordeste também no radar. A equipe do presidente também fará um esforço no Nordeste. A intenção é diminuir a desvantagem em relação a Lula —o petista ganhou em todos os nove estados da região, com vantagem que chegou a 54 pontos percentuais no Piauí.

Nesta empreitada, o candidato à reeleição espera contar com reforço na Bahia —quer ACM Neto como aliado. Favorito no começo da campanha, ACM Neto passou ao segundo turno das eleições como vice-líder.

Junto às negociações nas regiões, os bolsonaristas apostam no aumento de rejeição a Lula e no discurso econômico para passar para a liderança na disputa.

Os petistas buscam ampliar as alianças —já falam em intensificar o diálogo com o MDB, com oferta de uma pasta à presidenciável derrotada Simone Tebet, como noticiou a Folha de S.Paulo.

Vendendo otimismo. Depois da apuração, a campanha de Bolsonaro tentou passar um clima positivo. Ao UOL o ministro das Comunicações, Fábio Faria, disse que a diferença pequena entre Lula e Bolsonaro mostra "uma tendência total de vitória do presidente Bolsonaro e todos sabem disso".

"Agora é trabalhar politicamente, continuar o que estamos fazendo para conseguir a vitória daqui a quatro semanas."

No PT, as lideranças tentaram emplacar o mesmo tom. Alckmin afirmou que o grupo está "em festa". "Agora é começar a segunda tarefa: ganhar a eleição, salvar a democracia e fazer o Brasil voltar a crescer."


Por UOL

 

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