Bruno Barbosa e José Henrique, réus da ação penal por homicídio - Foto: Caio Loureiro/Dicom TJ-AL |
Um dos réus devia cerca de R$ 10 mil à Gilmário e não queria pagar
A vara única de Olho D'água das Flores
iniciou, nesta terça (18), o júri dos dois acusados de matar o empresário
Gilmário Alencar dos Santos. Devido à quantidade de testemunhas, e ao tempo de
debate entre acusação e defesa permitido para casos com dois réus, o júri
popular só deve ser concluído na quarta-feira (19), como explica o juiz Antônio
Iris da Costa Júnior.
"A gente vai escutar
cinco testemunhas da acusação, cinco testemunhas da defesa, e posteriormente os
dois acusados. Como há mais de um réu, serão duas horas e meia para o
Ministério Público e os assistentes de acusação, e mais duas horas e meia para
as defesas. Posteriormente, serão mais uma hora e meia de réplica para cada
parte", detalhou o magistrado, que preside o júri no Fórum da Comarca.
Estão sendo julgados os réus
José Henrique Queiroz Barbosa Rocha e Bruno Barbosa Vilar. Outro apontado como
participante do crime, José Caetano da Silva Neto morreu em confronto com a
Polícia, quando os policiais tentavam cumprir um mandado de prisão.
O advogado Raimundo Palmeira é
parte da equipe que faz a assistência da acusação. "Hoje nós queremos
trazer Justiça a todo o sertão enlutado", afirmou Palmeira. "O que a
gente espera da sociedade nada mais nada menos do que Justiça. A condenação em
todos os crimes imputados aos réus", declarou ainda. O promotor João de Sá
Bonfim Filho representa o Ministério Público no processo.
O advogado Herófilo Ferro, que
representa o réu José Henrique, ressaltou que o direito dos acusados a uma
defesa qualificada é imprescindível no regime democrático.
"É necessário para a o
resguardo do estado democrático que haja uma uma defesa forte. A gente respeita
o sentimento das duas famílias. Tanto perdeu a família do Gil, como perdeu a
família do Henrique. Um perdeu a vida e o outro perdeu a liberdade. Ele já vem
há mais de dois anos e meio na cadeia, pagando supostamente pelo que fez. E
aqui vamos esclarecer para que ele pague na medida da sua culpabilidade",
frisou Herófilo.
A Diretoria de Comunicação do
Tribunal de Justiça de Alagoas esteve no Fórum de Olho d'Água das Flores
assessorando o magistrado e organizando o acesso de profissionais da imprensa
ao julgamento popular.
O caso
Os réus são acusados de
assassinar o empresário Gilmário Alencar em 24 de fevereiro de 2021. A acusação
sustenta que José Henrique decidiu matar Gilmário por não querer pagar cerca de
R$ 10 mil que devia à vítima.
Após o homicídio, diz a
denúncia, os réus tentaram extorquir dinheiro da família do empresário sob o
pretexto de resgate, mesmo sabendo que naquela altura, ele já estava sem vida.
Consta no processo que a
vítima foi asfixiada até perder os sinais vitais no escritório do lava-jato de
José Henrique. Os réus teriam levado Gilmário para um terreno pertencente à
família de José Henrique, na zona rural de Olho D'água das Flores e, ao
perceberem um movimento da vítima assemelhado a uma tentativa de respiração, os
autores teriam voltado a asfixiar a vítima. Por fim, teriam colocado o corpo em
um tanque, jogado gasolina e ateado fogo.
Matéria referente ao processo
nº 0000048-47.2023.8.02.0025
Por Dicom TJAL