Foto: Arquivo pessoal |
A manhã do dia 18 de junho de 2019 jamais será esquecida por Wanderson Bezerra dos Santos, 42. Ele estava dormindo em casa, em Delmiro Gouveia (a 301 km de Maceió), quando ouviu um barulho incomum.
"Era a polícia, que
chegou na minha residência às 6h e pouco da manhã já derrubando o portão.
Acordei atordoado, abri, e eles disseram que tinha um mandado de prisão.
Perguntei de quê, não disseram nada, não aceitaram nenhum argumento, e me
levaram para Central de Flagrantes de Arapiraca".
Começava ali o pesadelo de
Wanderson, que ficou 31 dias preso "suspeito" de fazer parte de uma
quadrilha de roubo de carros e de motos nas cidades Maceió, Arapiraca e
Coruripe.
Acontece que a operação Echo
prendeu 22 pessoas naquele dia, mas entre elas havia um alvo errado: o
Wanderson detido era homônimo da verdadeira pessoa investigada. O agente de
empréstimo consignado acabou detido por engano e agora deve receber uma indenização
do estado pela falha.
A prisão
Wanderson lembra que estavam
em casa os dois filhos e a esposa, e que quando os policiais chegaram, a sua
esposa ainda tentou provar, com registros de ponto, que era impossível ele
participar de crimes em outras cidade, já que ele estaria em Delmiro. Foi em
vão.
"Eles vieram aqui na
cidade errada, porque os crimes não eram aqui; e me prenderam, sendo que nunca
fiz nada disso na minha vida. Não conhecia nenhuma pessoa daquelas presas
comigo. Foi uma coisa terrível que me fez viver os piores dias da minha vida".
Com Wanderson preso, a família
foi em busca de um advogado para tentar provar o erro. Mas não foi uma tarefa
fácil.
"Como minha família não
tinha condições financeiras, foram atrás de advogados aqui na cidade, mas
ninguém deu solução; diziam sempre que era um caso complicado. Até que 15
depois que fui preso é que o doutor Manoel, de Maceió, aceitou o caso".
O advogado Manoel Basílio
conta que resolveu pesquisar o caso, após a família de Wanderson garantir que
não seria ele a pessoa buscada na operação.
Com informações UOL