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Vivendo em cima de uma cama, tomando morfina, manicure pede ajuda para não ter pernas amputadas
Com uma das pernas paralisadas
há cerca de um ano e sentindo fortes dores, após ser vítima de um suposto
procedimento errado praticado por uma técnica de enfermagem da Unidade Mista
Adélia Abreu Vilar, em Olho D’água das Flores, a manicure Irislânia Barbosa, 31
anos, por meio de parentes, tornou o caso público esta semana.
Mulher fica sem andar após
tomar injeção em hospital de Olho D’água das FloresVivendo em cima de uma cama,
tomando morfina, manicure pede ajuda para não ter pernas amputadas. Foto: Redes
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Morando de aluguel, junto com
um filho adolescente e os pais, Irislânia teve que abandonar a profissão por
não ter mais condições de andar, vivendo em cima de uma cama, passando a maior
parte do dia sob efeito de morfina.
Nesta quinta-feira (26), em um
depoimento emocionado, a manicure, amparaa pelos pais, deu uma entrevista ao
programa “Liberdade de Expressão”, da Rádio Milênio, quando falou que o drama
dela teve início em 10 de janeiro do ano passado, após estar com suspeita de
gripe e ser orientada a tomar uma injeção no hospital de Olho D’água. A
suspeita é de que no momento que a injeção foi aplicada tenha atingido o nervo
ciático.
Irislânia, que morava e
trabalhava em Arapiraca, havia retornado para o Sertão no começo daquele ano
para passar as festas com a família.
Na entrevista ela disse que um
dia após tomar a injeção percebeu uma das pernas inchada, não conseguindo nem
vestir uma calça.
“Aí, eu voltei ao hospital e o
médico olhou e disse que aqui foi um erro e a gente só pode fazer alguma coisa
depois que criar abcesso e caso por ele mesmo, por efeito do remédio ‘poque’,
tudo bem, se não, você vai ter que fazer engrenagem. O tempo foi passando,
passando e eu ia para o hospital de Santana, mas lá os médicos não queriam
mexer, porque todos diziam que era erro e não queriam mexer e após quase seis
meses fui para um médico particular, foi quando ele fez um ultrassom e com o
resultado ele mandou procurar um vascular urgente porque minha perna está com um
edema de quase 7 cm, que, se continuar assim, o líquido vai ficar apodrecendo a
carne”, disse a mulher.
A manicure afirmou que chegou
a procurar a Prefeitura do município, mas teria sido humilhada por
funcionários.
“Sobre isso eu prefiro não
comentar porque foram situações desagradáveis e pelo que eu passei só levam
pelo lado político. A gente não pode fazer nada que já é um lado político, já é
uma rixa pra gente. Aqui é assim. Procurar eu procurei. Eles me deram ultrassom,
me deram uns remédios que os médicos passaram, me deram as muletas, mas fora
isso foi se agravando e as consultas eram urgentes e eu marcava e não tinha
retorno. E se fosse para esperar, eu era que ia perder... E também tiveram
muitas humilhações que passei... Pela gestão não, mas pelos profissionais sim”,
desabafou Irislânia.
Agora, necessitando de uma
cirurgia urgente, a mulher, que também já está com a outra perna comprometida,
precisa pagar R$ 7 mil para o custeio de seu tratamento, que é realizado pela
rede particular de saúde. Ela conta que ainda não conseguiu sequer a metade
desse valor e se desespera.
A manicure afirma que os
médicos lhe pediram pressa para o tratamento, caso contrário ela corre o risco
de perder a perna e os movimentos do corpo, devido a coluna ter sido afetada.
Cerca de 24 horas após a
entrevista, a prefeitura do município, através da Secretaria Municipal de
Saúde, divulgou uma nota no instagram na qual desmente Irislânia sobre ela não
ter recebido apoio do município e que só recebeu uma muleta para assistência.
Outro desmentido da prefeitura é em relação à consulta com ortopedista que iria
acontecer no último dia 16 e que teria sido negado pela paciente, expondo
também que o município teria pago seu aluguem social e que Irislânia seria
atendida por um dos programas sociais do município.
Em nenhum momento a nota cita
se abriu uma investigação sobre a denúncia do suposto erro durante a aplicação
da injeção dentro do hospital municipal na paciente e se irá apurar quem e por
que teriam humilhado a paciente que procurava por ajuda.
Nos comentários da postagem,
Irislânia rebateu a nota e reiterou as denúncias. Embora a maioria dos
comentários tenham sido usados emojis de aplausos, várias pessoas fizeram
críticas à gestão e apoiaram a atitude de Irislânia em expor publicamente todo
o seu drama.
Correio Notícia