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Possíveis causadoras de problemas de pele, as fragrâncias estão na maioria dos produtos cosméticos infantis. Segundo cientista da Universidade Federal do Paraná, não é possível saber o que tem de verdade nesses produtos
O uso de perfumes é uma
questão cultural no Brasil, e o hábito afeta até mesmo os bebês, que têm
produtos específicos com “cheirinho de neném”. Porém, um estudo da Universidade
Federal do Paraná (UFPR) aponta que o uso de produtos com fragrância pode fazer
mal para os pequenos, já que não é obrigatório para os fabricantes descrever
quais substâncias fazem parte do “parfum” — o aroma utilizado.
A conclusão da cientista é que
70% dos produtos analisados continham fragrância nas formulações. A porcentagem
subia para 79% na análise de lenços umedecidos e 90% em shampoos. Foram
analisadas também sabonetes líquidos e em barra, condicionadores, hidratantes,
cremes para a prevenção de assaduras, protetores solares e repelentes, todos
comercializados para uso infantil.
Nos rótulos das embalagens, os
fabricantes costumam indicar a fragrância como “parfum” apenas, sem indicar
quais são as substâncias que fazem parte do perfume, pois não é obrigatório.
Existem alguns produtos que não podem ser utilizados e algumas dosagens
específicas de substâncias regulamentadas, porém a pesquisadora Marjorie afirma
que a maioria dos fabricantes costuma deixar os consumidores “no escuro”.
Os efeitos, assim, podem ser
os mais diversos. “Nossa pele, quando aplicamos algum cosmético, absorve as
substâncias, que podem cair na corrente sanguínea. Alguns ingredientes podem
causar alergia, mas também podem imitar ou bloquear hormônios do nosso corpo e
com isso ter seus efeitos em diversos órgãos. Eles ainda podem ser cancerígenos
ou tóxicos para o sistema neurológico. Isso considerando que não sabemos
exatamente o que tem em cada fragrância, já que podem ter produtos com esse
efeito nocivo”, afirma.
No caso dos bebês, o contato
precoce com as fragrâncias pode causar efeitos cumulativos ao longo do tempo,
como o desenvolvimento de alergias, entre elas a dermatite de contato. Quando
adulto, esta é uma doença que tende a ser pior quanto antes for feito contato
com a substância alérgica, explica a pesquisadora.
Por Correio braziliense